quarta-feira, 31 de outubro de 2012

LIÇÃO 5 – E(FÉ)SIOS É A CARTA DA ... ?


Professor (a) ministre sua aula de forma que possa conduzir o aluno a:
Conhecera epistola aos Efésios, conscientizando-se da das bênçãos que recebem aqueles que pela fé, demonstram em seu cotidiano que vivem para Cristo.


Para refletir
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.”(Ef. 2:8 – ARC).

A maioria dos homens tenta colocar Deus numa posição de débito com relação a sua salvação. Eles trabalham para serem salvos, ao invésde trabalharem por serem salvos. Eles vão "procurando estabelecer a sua própria justiça" (Rm. 10:3).

Somente aqueles que"provaram que o Senhor é gracioso", não sentem objeção no seu coração à declaração de um simples crente - "Se Deus não tivesse me escolhido antes de eu ter nascido, Ele nunca teria visto motivo para me escolher depois, pois não há nada em mim que atraia o amor de Deus

Texto Bíblico: Ef. 4:1-6


Introdução
Ninguém, a não ser os crentes, sabem o que e descobrir a bonita face de Cristo que é "mais formoso do que os filhos dos homens" (Sl. 45:2), e ter o coração suprido com a alegria e a paz em crer.
Já fez esta descoberta? Eu posso dizer "Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso" (1Pe. 1:8). Antes não via nenhuma beleza em Jesus que me fizesse desejá-lo. Mas Ele saltou montanhas e montes,  mostrou-me Suas mãos e Seus pés perfurados por pecadores. Mostrou-me que existe lugar sob Sua justiça. Mostrou Seu coração, que é o mesmo ontem, hoje e para sempre; e agora, eu só posso dizer que Ele é para mim belo e glorioso, excelente e gracioso.
Se existisse dez mil maneiras diferentes de perdão, eu as ignoraria e correria para Ele. Ele é completamente gracioso. Isto, eu acredito, é fé salvadora, a qual é dom de Deus.

“Graça maravilhosa! (quão doce o som!)
Que salvou um miserável como eu.
Estava perdido, mas agora fui achado
Estava cego, mas agora vejo.
Foi graça que ensinou meu coração a temer,
E graça trouxe alívio aos meus medos;
Quão preciosa aquela graça pareceu
Na hora em que cri!
Através de muitos perigos, armadilhas e ciladas,
Eu finalmente vim;
Esta graça me trouxe em segurança até aqui
E me conduzirá ao lar”.


A epístola aos Efésios
Data:Cerca de 61 d.C. durante a 1ª prisão em Roma, ocasião em que Tíquico levou também as cartas aos Colossenses e a Filemon.

Tema:A Igreja Gloriosa

Palavras-Chave:lugares celestiais, corpo, glória.

Contexto Histórico e Data
Éfeso era um importante porto da Ásia Menor, localizado perto da atual Izmir. Tratava-se de uma das sete igrejas a quem Jesus endereçou suas cartas em Apocalipse 2-3, um fato relevante para estudar esta epístola, uma vez que ela circulou originalmente para quase o mesmo grupo de igrejas.
Embora Paulo já tivesse estado em Éfeso antes (At 18.21), ele foi ministrar lá pela primeira vez no inverno de 55 d.C. Lá ele ministrou por dois anos inteiros (At 19.8-10), desenvolvendo um relacionamento tão profundo com os efésios que sua mensagem de despedida a eles é uma das passagens mais emocionantes da Bíblia (At 20.17-38).

Enquanto estava preso em Roma, Paulo escreveu Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Confinado e aguardando julgamento (3.1; 4.1; 6.20), o apóstolo escreve esta carta encíclica - para se lida por várias congregações. Efésios e, provavelmente, a mesma carta mencionada em Cl. 4.16 como estando presente em Laodicéia ao mesmo tempo em que circulava.

Conteúdo
A mensagem pulsante de Efésios é “para louvor de sua (Cristo) glória” (1.6,12,14). A palavra glória ocorre oito vezes e refere-se à grande excelência de Deus, sua sabedoria e seu poder. O objetivo magnífico está na publicação do compromisso de Jesus de construir uma igreja gloriosa, madura e de um ministério “sem mácula, nem ruga” (5.27).
Efésios revela o processo pelo qual Deus está trazendo a igreja para seu objetivo destinado em Cristo.

Os passos básicos de amadurecimento são dados na direção do compromisso da igreja de lutar conta os poderes do mal:
1) antes da igreja ir para a guerra, ela deve andar;
2) antes de andar, a igreja aprende onde ela está.

A carta divide-se em duas seções:
1) a oposição do crente, caps. 1-3
2) a prática do crente caps. 4-6.


Grandes bençãos “em Cristo”
O homem sem Deus não tem a possibilidade, a chance, a sombra de uma esperança, de satisfazer a justiça eterna de Deus, e nem a menor vontade de fazê-lo. Romanos 3:9-20 já explica claramente a posição humana. Egoísmo, ódio, e a inimizade contra Deus são o status espiritual inicial de todo ser humano, e é isto- e não o fato de nunca terem ouvido o evangelho- que os condena. É a doença que mata e não a falta de remédio.

Esta incapacidade de justiça real, de buscar a Deus, também é o motivo pelo qual o homem não pode simplesmente escolher ter fé. É o motivo pelo qual obra nenhuma- nem mesmo a obra de amar a igreja, ou de pertencer a ela- pode salvar; nossa justiça é imunda, nossas mãos são fracas, nossa vontade é escrava, e nossa fé não é nem mesmo nossa, porque é um dom de Deus, e não uma decisão humana. Se o homem pudesse ser salvo por obras, poderia ser salvo pela lei; e se o homem pode ser salvo pela lei, Jesus morreu em vão. O homem é salvo inteiramente pela ação e misericórdia de Deus. Ele nos busca, e não vice-versa. Nesta visão de depravação total tanto calvinistas como arminianos concordam.

O novo nascimento, o momento em que o homem deixa de viver em trevas e passa a andar na luz, o momento em que ele deixa de pertencer ao mundo e passa a ser um filho de Deus, é resultado da fé. Através da fé o homem pode aceitar o sacrifício de Cristo, através da fé o homem pode entrar na nova existência; mas esta fé não é, como já foi dito acima, uma atitude humana, um mero assentimento intelectual. É dom de Deus. Aliás, o próprio Paulo explica isto majestosamente em Efésios 2, uma das mais perfeitas exposições da doutrina da salvação. Daí a dificuldade de definir "que tipo de fé" salva; porque a única fé verdadeira, a fé real que gera arrependimento e salvação, vem exclusivamente do alto, e é impossível compreendê-la completamente.

Quanto a como o homem recebe esta fé- seja pela graça irresistível de Deus, segundo seu conselho eterno, seja pela graça proveniente de Deus, segundo sua vontade de salvar a todos.

Apesar da salvação vir pela fé, a fé não é criada por nós, mas dada por Deus. A salvação não vem se você combinar as doutrinas certas em sua mente, como se a salvação fosse uma receita de bolo com diversos ingredientes; a salvação vem quando você recebe de Deus o dom da fé- e esta fé não é uma sensação fofinha, uma mera inclinação espiritual ou mística, mas carrega dentro de si um conjunto de doutrinas sólidas e eternas. A fé não é mero assentimento intelectual, mas ela opera não somente no coração, mas também (e talvez principalmente) na mente.

Quanto ao conteúdo desta fé, os pontos específicos nos quais passamos a crer, é complicado dizer que um ou outro é absolutamente necessário como sinal de que a fé é verdadeira. Creio, porém, que a fé gerada por Deus estará fundamentada nas seguintes verdades: que há um só Deus em três pessoas: Pai, Filho, e Espírito Santo; que este Deus é nosso criador, e criador do universo, e que todas as coisas foram criadas para sua glória; que pelo pecado de Adão nos tornamos pecadores merecedores do inferno, mas a misericórdia de Jesus Cristo, Deus e Filho de Deus, excedeu nossa iniqüidade; que Jesus Cristo, o Filho eterno, o Logos de Deus, a perfeita expressão de seu caráter, se fez carne, viveu sem pecado, foi traído, torturado, e executado, e pagou por nossos pecados com seu justíssimo sangue; que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, vencendo a morte e garantindo a ressurreição futura daqueles que o servem; que Jesus Cristo ascendeu ao Pai, e está assentado ao seu lado direito, governando sua igreja e preparou um lugar para ela na eternidade; que Deus agora aceita e justifica suas criaturas pelo sacrifício de Cristo; que ao homem justificado é possível buscar santificação, e viver em obediência a Deus, através do poder e da presença vivificante do Espírito Santo; que há uma comunidade eterna e única dos santos, o corpo de Cristo: a Igreja, santa e gloriosa, eternamente e espiritualmente unida, apesar de estar separada por divisões temporárias e dissensões doutrinárias; que Deus nos deixou sua Palavra, santa e inspirada, proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, e para instruir em justiça; que um dia Jesus Cristo dará um fim à história humana, e que todos os vivos e os mortos, os santos e os pecadores darão contas perante a Ele; que novos céus e nova terra aguardam os que pertencem ao Senhor, mas todo aquele que recusou sua misericórdia sofrerá eternamente sob seu juízo.

Estes são os pontos sobre os quais todo cristão pode (ou ao menos deveria) concordar, os fundamentos do cristianismo, os fundamentos sem os quais o edifício não pode ser construído. Não digo que a fé resultará apenas nestas crenças, mas que a fé não virá sem que elas venham junto. E é esta fé, que vem do Senhor e transforma nossas mentes, que traz a salvação, tanto do protestante quanto do católico. Esta é, de modo resumido e grosso, a posição protestante, e é o que queremos dizer quando pregamos que a salvação vem pela fé.


Conclusão
Jesus é descrito como o “autor e consumador” da fé. As palavras gregas escolhidas por Paulo em Efésios são interessantes, refere-se à origem, fonte, começo, e então, por extensão, ao autor. Teleiotes refere-se a alguém que completa ou aperfeiçoa.

Considere o que isto significa:Jesus é a origem e fonte da fé, o objetivo da fé, Aquele que completa e aperfeiçoa a fé. Certamente, parece que toda a vanglória por parte do vaso, por ter contribuído com seu livre-arbítrio para crer, é deixada de lado, não parece?

Para os cristãos estas são palavras preciosas. Quando estamos fracos, quando estamos desencorajados, quando parece que possivelmente não poderemos continuar, qual é a nossa única confiança? – Cristo. Deus não abandonará os Seus. Somos deveras guardados pelo poder da fé, mas não uma fé meramente humana, mas uma fé divina, um dom de Deus!

Por que alguns tropeçam e caem, enquanto outros perseveram? É que alguns são melhores e mais fortes do que outros? Não. A razão descansa na diferença entre ter fé salvadora e ter uma fé que não é divina na origem ou natureza. Muitos são aqueles que fazem uma profissão de fé não baseada na regeneração, e a “fé” que é deles não sobreviverá.

Jesus ensinou esta verdade na parábola do solo em Mateus 13:3-9, 18-23. Algumas das sementes que foram semeadas resultaram em crescimento imediato. Mas o crescimento não produziu fruto e não sobreviveu. Estes são aqueles que têm uma fé falsa, humana, que não persevera. Mas aqueles com verdadeira fé produzem fruto e permanecem.
Uma vez que esta verdade é entendida, podemos vê-la sendo mencionada freqüentemente na Escritura. Veja com atenção como Pedro se refere à fé:
“E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; sim, a fé que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde”. (At. 3:16)

A fé vem através de quem? Cristo. Isto é o porquê Pedro pôde escrever anos mais tarde:
“E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus.”(1 Pe 1:21)

Somos crentes através dEle, não através de nós mesmos. Fé é um dom, a possessão universal de todos os crentes 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

LIÇÃO 4 - CONFRONTO HISTÓRICO



Objetivo
Professor (a) ministre sua aula de forma que possa conduzir o aluno a:
Entenderque combatemos constantemente as obras das trevas, porém que nosso maior inimigo é nossa própria natureza; conscientizar-se da necessidade do fruto do Espírito para vencermos no dia a dia.

Para refletir
“Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis”.(Gl. 5.17 – ARC).

O espírito e a carne são opostos um ao outro, conforme evidenciado por suas obras e frutos (Gl 5.19-22). O resultado dessa oposição é um conflito interno dentro de todos os cristãos, aqueles que aprendem que não podem ser vitoriosos por sua própria força (Rm 7.15-23), que se submetem ao Espírito Santo e procura desenvolver o fruto do Espírito, esses serão mais que vencedores.

Texto Bíblico: Gl. 5:16-26.

Introdução
Na Bíblia de Estudo Genebra, o texto em questão já começa com duas coisas interessantes: Paulo usa o verbo Andar na forma imperativa Andai e o advérbio de tempo jamais que modifica completamente a atitude do verbo (v. 16). O apóstolo quis nos passar a seguinte ordem: "Caminhai, continuamente, no Espírito e, em tempo nenhum (nunca) cumprireis os desejos (vontades) da carne".

Definição do termo "Carne"
Paulo diz no cap. 6:13 que os agitadores da Galácia queriam circuncidar os gálatas a fim de gloriarem-se em sua "carne" e, em 2:16, o apóstolo relata que pela observação da lei, "nenhuma carne" (isto é, ninguém) será justificada. Paulo usa o termo "carne" em, pelo menos, três sentidos. Em um sentido mais geral, refere-se ao que é humano. Em outro sentido, refere-se ao corpo físico. Em um sentido mais específico, principalmente quando aparece em oposição ao "espírito", refere-se à natureza humana pecaminosa, que envolve também a mente e a alma.

O Conflito da Oposição
O Espírito e a carne são diretamente opostos um ao outro, conforme evidenciado por seu fruto e obras (v. 19-22). O resultado é um constante conflito implacável e arrebatador dentro dos cristãos, em que eles não podem ser vitoriosos por sua própria força.
Se tentarmos seguir o Espírito Santo apenas com nossos esforços humanos, fracassaremos. O único caminho para nos libertarmos de nossos desejos pecaminosos é por intermédio do poder recebido do Espírito Santo (veja Rm 8:9; Ef 4: 23,24; Cl 3: 3-8).
Eles, o Espírito e a Carne, opõem-se entre si para não nos deixar fazer o que queremos (v.17b); isto significa que não temos vontade própria (Rm 7: 15-23).

Obras Versus Fruto
Segundo o Aurélio (dicionário), Obras são efeitos do trabalho ou da ação; Fruto é Resultado, conseqüência. Os termos usados por Paulo nos vs. 19a e 22a fazem ligação direta com a escolha do cristão. Se optarmos pela carne, desfrutaremos de sua ação e provaremos seus efeitos; entretanto, se escolhermos o Espírito, conseqüentemente, colheremos seu fruto.
Outra coisa interessante que precisamos observar nesses termos é que, quando se refere à carne, encontramos suas obras ligadas indiretamente, porém, distintas entre si. Exemplo: enquanto um idolatra, outro se prostitui, outro pratica homicídios, outros pregam heresias e assim sucessivamente; porém, todas as obras estão ligadas à mesma natureza pecaminosa.
Agora, quando se trata do Espírito, muda completamente o cenário. Ao invés de usar o plural, tudo fica no singular. Isto é, a conseqüência de quem anda no Espírito é o Seu fruto produzido gradativamente dentro do cristão. Exemplo: ninguém pode ser benigno, se não tiver paz, gozo, alegria, amor, bondade, fé, mansidão, domínio próprio e amor. Tudo está interligado. Não há distinção.

Todos nós temos desejos pecaminosos e não podemos ignorá-los. A fim de podermos seguir a orientação do Espírito Santo, devemos, decididamente, enfrentá-los (crucificá-los - 5:24).
Quem vencerá essa árdua batalha entre o Espírito e a carne? Vencerá aquele que nós escolhermos.

As Obras Da Carne
Para facilitar a compreensão, vamos dividir as obras da carne em 04 (quatro) grupos e, assim, analisar cada grupo detalhadamente.
Nesta parte do estudo, refletiremos sobre os dois primeiros grupos. São os seguintes:

1. Pecados da carne - Os pecados da carne são aqueles que pertencem à própria natureza humana pecaminosa. São eles:
·         Prostituição (vs 19a)
A prostituição têm vários conceitos, segundo o Dicionário Aurélio - Século XXI. São eles:
 a) Iniciar na vida de prostituto; entregar à devassidão (libertinagem); desmoralizar, corromper;
 b) Fig. Tornar vil (Mesquinho, miserável, insignificante) ou degradante; degradar, aviltar, desonrar. Ex: prostituir a justiça;
 c) Expor publicamente: as dançarinas que prostituem o corpo aos olhos dos fregueses de cabaré;
 d) Entregar-se à vida de pública devassidão; tornar-se prostituto;
 e) Produzir (o artista ou o cientista de capacidade) obra artística ou científica com o objetivo exclusivo de enriquecer, desprezando princípios, idéias, ou a qualidade do trabalho: muitos pintores de talento se prostituem, tornando-se verdadeiros comerciantes;
 f) Desonrar-se, aviltar-se, praticando ações vergonhosas ou indecorosas; rebaixar-se: a justiça não pode prostituir-se;
 g) Deixar-se corromper por suborno de favores.

Por que Deus proibiu a prostituição? (Dt 23: 17-18)
Quase todas as outras religiões conhecidas na época incluíram a prostituição como ritual de adoração aos ídolos. Mas a prostituição escarnece da idéia original de Deus para a família, ao tratar o sexo como um ato que não exige compromisso entre o homem e a mulher. Fora do casamento, o sexo é destrutivo.

Onde se origina a Prostituição?
Jesus nos ensina que a prostituição tem origem no coração do homem (Mt 15: 19). Porém, o corpo não foi feito para ser dado à prostituição (I Co 6: 13).

Como lidar com a Prostituição?
 - Fugir dela - I Co 6: 18
 - Mortificá-la (torturar, castigar) - Cl 3: 5.
 - Abster-se dela (privar, impedir) - I Ts 4: 3.

·         Impureza (v. 19a)
A impureza, segundo o Aurélio, é a qualidade ou estado de impuro (imundo, contaminado, infetado).
Esse pecado está ligado diretamente aos pensamentos profanos e imundos que permeiam a mente dos cristãos. Paulo disse aos filipenses que "... tudo que é puro...nisso pensai" (Fp 4: 8). A pureza é caracterizada por tudo aquilo que de Deus. Pensar ao contrário, é impureza.
Esse pecado também pode ser conhecido como "maus pensamentos" (Mt 15: 19a) e, consequentemente, gera a cobiça (Mt 5: 27-28).
·         Lascívia (Luxúria, libidinagem, sensualidade)
Esse pecado também pode ser conhecido por dissolução, do original grego, significa deboche total, indecência desavergonhada, desejo desenfreado, depravação irrestrita. A pessoa com essa característica tem uma oposição insolente à opinião pública, pecando à luz do dia com arrogância e desdém (Ap 4:3).

2.Pecados ligados à religião
Nesse grupo, relacionamos dois pecados ligados à religião pagã, relatados por Paulo aos cristãos da Galácia.
A.     Idolatria (vs 19b)
Esse pecado tem dois conceitos interessantes:
1. Culto prestado a ídolos. O ídolo pode ser uma estátua ou um simples objeto cultuado como deus ou deusa; todavia, figuradamente, é uma pessoa a quem se tributa respeito ou afeto excessivo.
2. Amor ou paixão exagerada, excessiva. Um sentimento avassalador, excessivo, por algo ou alguém, também se caracteriza como idolatria. Geralmente, as pessoas que possuem esse tipo de sentimento, proferem as seguintes expressões: "meu filho é a minha vida", "minha mãe é tudo pra mim", "se eu perder essa mulher, mato-me", "sem esse homem, não sou nada", "mexa comigo, mas não toque em minhas roupas", "toque em mim, mas não nas minhas coisas".
A Palavra de Deus nos manda "fugir" da idolatria com o mesmo fervor que fugimos da prostituição (1 Co 10:14).

B.     Feitiçarias (v. 19b)
Segundo o Aurélio, é a Ação ou prática de feiticeiro ou feiticeira. É o mesmo que Bruxaria, que têm as seguintes definições:
1. Suposto exercício de poderes sobrenaturais
2. Acontecimento que se atribui a artes diabólicas ou a espíritos sobrenaturais. Exemplos: bagata, bozó, bruxedo, caborje, carochas, coisa-feita, feitiçaria, feitiço, fungu, macumba, malfeito, mandinga, mandraca, mandraquice, mocô ou mocó, mundrunga, sacaca, salgação, sortilégio, trabalho;
3. Ação maléfica atribuída a bruxos ou magos; magia negra;
4.Magia:
 - Arte ou ciência oculta com que se pretende produzir, por meio de certos atos e palavras, e por interferência de espíritos, gênios e demônios, efeitos e fenômenos extraordinários, contrários às leis naturais; mágica, bruxaria;
 - Religião ou doutrina dos magos; magismo;
 - Magnetismo, fascinação, encanto, mágica;
 - Conjunto mais ou menos sistemático de saberes, crenças e práticas, relativamente institucionalizados dentro de um grupo social e que dizem respeito à possibilidade de manipular certas forças impessoais ou indecifráveis que se manifestam na natureza, na sociedade ou nos indivíduos.

O Apostolo Paulo condena categoricamente quem faz uso dessas práticas, dizendo que "... Não herdarão o Reino dos Céus" (Gl 5:21b).
Portanto, não podemos, como cristãos, compartilhar e/ou concordar com esse tipo de prática em nosso meio. Precisamos protestar com a Palavra de Deus e lutar todos os dias, andando em Espírito, para vencermos essas obras da carne.


3. Pecados de temperamento
o   Inimizades.É o mesmo que falta de amizade, aversão, malquerença. É o tipo de pessoa que não tem afinidade com ninguém, arruma problema com todo mundo, não tem amigos, vive metido (a) em confusão. Uma pessoa que exerce essa obra da carne não se satisfaz em ver duas pessoas como amigas, não acredita em ninguém, desconfia de tudo e todos e faz de tudo para que as pessoas ao seu redor se dêem bem.
o   Porfias.Oriunda do Latim "perfídia", essa palavra quer dizer "por via popular". Esmiuçando melhor, é agir por instinto natural do ser humano, que já se tornou um costume popular. Em sentido literal, porfia significa: 1. Discussão ou contenda de palavras; polêmica e 2. Insistência, pertinácia, teima, obstinação; no sentido figurado, essa palavra assume um sentido de competição, rivalidade; disputa.
Nesta passagem aos gálatas, Paulo usa porfia para exemplificar àqueles irmãos que gostam de discutir por tudo, criar polêmica com coisas pequenas e criar contendas por coisas fúteis.
o   Ciúmes.Essa palavra tem uma origem interessante. Vem do Latim Zelumen, de Zelus, que vem do grego Zêlos, que significa 'cuidado'; 'ardor'; 'inveja'; 'ciúme'.
É um sentimento doloroso que as exigências de um amor inquieto, o desejo de posse da pessoa amada, a suspeita ou a certeza de sua infidelidade fazem nascer em alguém; zelos. Perceba que ciúme e inveja são sinônimos e, é acerca deste último que o apóstolo lista para os gálatas. O ciúme aqui é um despeito invejoso; inveja. E diz um ditado popular que inveja é o mesmo que "falta de capacidade".
o   Iras.O sentido usado nesse texto é o mesmo usado em Lc 4:28, que traz o significado de "raiva inflamatória, raiva explosiva, agitação turbulenta, agitação fervorosa, ímpetos impulsivos de raiva". Paulo está falando aqui daqueles cristãos que têm "o pavio curto", que se explodem com facilidade, que enchem o coração de ira por qualquer coisa.
o   Discórdias(Pelejas) e Dissensões. É o mesmo que desarmonia, desentendimento, desinteligência, desavença, desordem, briga, contenda
o   Heresias(Facções). Do grego Haireseis, essa palavra originalmente denotava fazer uma escolha ou ter uma opção. Depois evoluiu para ter uma preferência devido a uma opinião ou sentimento, e passou facilmente para um sentimento de desunião, escolha de lados, ter diversidade de crença, criar dissensão e substituir a submissão à verdade por opiniões rebeldes.
o   Invejas.A palavra propriamente dita significa desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem e desejo violento de possuir o bem alheio. Este sentimento esteve presente na vida dos irmãos de José de tal forma, que os fizeram vender seu irmão como escravo (Gn Cap. 37).
o   Homicídios.É a Morte de uma pessoa praticada por outrem; assassínio. A Bíblia nos informa que este sentimento procede do coração corrompido do homem (Mc 7:21). Quando falamos em homicídio pensamos, diretamente, no ato propriamente dito; porém, matamos as pessoas não só fisicamente, mas sentimentalmente e socialmente todos os dias, quando dizemos palavras duras e impensadas, quando podemos e não queremos ajudá-las, quando humilhamos essas pessoas, nos achando superiores, quando somos indiferentes à situação alheia, dentre outros fatores.

Paulo, após fazer toda a listagem das obras da carne, enfatiza e decreta que, todos os que praticam essas obras, NÃO herdarão o Reino de Deus (Gl 5:21).
Como cristão, não podemos permitir que essas obras façam parte da nossa vida cotidiana. Precisamos "esmurrar nosso corpo" todos os dias e crucificá-lo na cruz de Cristo, para que a vontade do Espírito Santo prevaleça em nossa vida.


O Fruto do Espírito
Chegamos a melhor parte deste estudo. Porque, enquanto nas partes anteriores tratamos sobre o que NÃO fazer, aqui trataremos sobre tudo que precisamos fazer em nosso dia-a-dia.
Essas virtudes são caracterizadas como fruto em contraste a "obras". Somente o Espírito Santo pode produzi-la, e não nossos próprios esforços. Um outro contraste é que, enquanto as obras da carne são mais de uma, o fruto do Espírito é um e indivisível. Quando o Espírito controla completamente a vida de um cristão, ele produz todas essas graças.
Paulo usa a metáfora do fruto para descrever a condução do cristão em Rm 6:22; Ef 5:9; Fp 1:11. João Batista da mesma forma proclamou que o verdadeiro arrependimento produz ações morais concretas como "fruto" (Mt 3:8; Lc 3:8).
Para facilitar nossa compreensão, também dividiremos o fruto do Espírito em seções (grupos). São eles:
1.  FRUTO DE ATITUDE EM RELAÇÃO A DEUS (Amor, Alegria e Paz)
1.1. Amor
Na Bíblia há dois principais sentidos bíblicos para entendermos o amor. Ele pode ser DOM ou FRUTO.
1.1.1. Dom. Esse é o amor Ágape mencionado no capítulo 13 de I Coríntios. É um presente de Deus para o ser humano, expresso na pessoa do Senhor Jesus e é a maior dádiva espiritual. É o amor "que tudo espera, tudo crê e tudo suporta". Como a base de todos os dons é o amor, esse espírito de amor é o fator de qualificação para o exercício bíblico dos dons do Espírito Santo.
1.1.2. Fruto. Essa característica apresentada no texto aos gálatas é, na verdade a ação da primeira, mais conhecida como "caridade". No vocabulário cristão, o amor que move a vontade à busca efetiva do bem de outrem e procura identificar-se com o amor de Deus; ágape, amor-caridade. Mais precisamente, é o exercício do dom supremo derramado em nós pelo Espírito Santo.
O Amor produzido pelo Espírito é como o amor de Cristo.

1.2.  ALEGRIA.
Quando as coisas estão bem, sentimos alegria. Quando as dificuldades chegam, muitas vezes, afundamo-nos na depressão. Mas a verdadeira alegria transcende a onda gigante das circunstâncias; vem de um relacionamento consistente com Jesus Cristo (Jo 15:11).
A alegria é um tema comum nos ensinamentos de Cristo; Ele quer que sejamos alegres (Jo 17:13; 15:11; 16:24). A chave para essa alegria incomensurável é viver em contato íntimo com Cristo, a fonte de toda a alegria. É o resultado de quem anda em Espírito.

1.3.  PAZ.
Do grego eirene, que pode ser comparado com "irênico" ou "Irene", denota um estado de descanso, quietude e calma; inexistência de rivalidade; tranqüilidade. Geralmente tem o sentido de bem-estar. Eirene inclui relacionamentos harmônicos entre Deus e os seres humanos, os seres humanos entre si, nações e famílias. Jesus, como o Príncipe da Paz, dá paz àqueles que o invocam para salvação pessoal.
O Senhor Jesus e o apóstolo Paulo nos convocam a termos paz com todos os homens (Mc 9:50; Rm 12:18).

2.   FRUTO DE RELACIONAMENTOS SOCIAIS(Longanimidade, Benignidade, Bondade)
2.1.  Longanimidade.
Makrothumia, no grego, é a palavra usada para paciência. Essa palavra denota tolerância, paciência, firmeza, resistência, resignação. A capacidade de suportar perseguição e maus-tratos também está inclusa em makrothumia. Descreve uma pessoa que tem o poder de vingança, mas ao invés disso é comedida. Longanimidade nada mais é do que o exercício contínuo da paciência. É o mesmo que paciência sem limites. Essa característica é fruto do Espírito.
2.2.  Benignidade.
A palavra no original usada para benignidade é chrestotes, que significa bondade em ação, amabilidade em disposição, carinho ao lidar com os outros, benevolência, generosidade, afabilidade. Esta palavra descreve a capacidade de agir pelo bem-estar daqueles que testam sua paciência. O Espírito Santo tira características abrasivas de alguém sob o seu controle.
2.3.  Bondade.
O sentido usado nesse texto de Paulo aos gálatas, é o mesmo usado na carta aos romanos (Rm 15:14), que é o de beneficência, bondade em manifestação verdadeira, virtude equiparada com a ação, propensão generosa tanto para querer como para fazer o que é bom, bondade intrínseca produzindo generosidade e um  estado ou existência divinos.

3.  FRUTO DE CONDUTA CRISTÃ(Fé, Mansidão, Temperança)
3.1.   Fé.
Não há maior conceito usado para a fé, como o que é usado na carta aos hebreus, onde ela é o "firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem" (Hb 11:1).
A Fé assemelha-se a uma mulher grávida, que espera um filho, porém, não o vê e tem a certeza da sua existência.
Ela é o pré-requisito para se achegar a Deus, porque é impossível agradá-lo sem Fé (Hb 11:6).
3.2.   Mansidão.
Esta palavra é mais bem traduzida como serenidade, não como uma indicação de fraqueza, mas de poder e força sob controle. A pessoa que possui essa qualidade perdoa injúrias, corrige erros e governa bem seu próprio espírito (Cf. 1 Tm 6:11).
3.3.   Temperança (Domínio Próprio).
É a qualidade ou virtude de quem é moderado, ou de quem modera apetites e paixões; sobriedade. É aquela pessoa que consegue dominar seus desejos, instintos, paixões e vontades.

Conclusão
Estar cheio do Espírito nos chama tanto para o caráter quanto para a atividade cristã. O fruto do Espírito Santo deve crescer em nossas vidas da mesma forma que seus dons devem ser mostrados através de nós.
O fruto do Espírito é uma obra espontânea do Espírito Santo dentro de nós. O Espírito produz certos traços de caráter que são encontrados na natureza de Cristo. São os subprodutos do seu controle sobre a nossa vida - não conseguiremos obtê-los se tentarmos alcançá-los sem sua ajuda.
Se quisermos que o fruto do Espírito cresça em nós, devemos unir nossa vida à Dele (Jo 15:4,5). Devemos conhecê-lo, amá-lo, lembrá-lo e imitá-lo.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Lição 03 - Cristão passa por Tribulação?



Objetivo
Professor (a) ministre sua aula de forma que possa conduzir o aluno a:
Conscientizar de que as cartas (epistolas) contem ensinos práticos, ou seja, para que vivamos em nosso cotidiano. E que a formula de nosso sucesso espiritual e material está no “caminho mais excelente” (1 Co 12:31) – o amor.

Para refletir
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém.” (2 Co 13:13 - ARC)

O anúncio maravilhoso da graça de Deus, que erra­dica a culpa, vai de encontro à intuição que todo homem tem: que um preço deve ser pago.
A graça é a resposta que vem, é a mensagem suprema da Bíblia, sua suprema revelação; é Deus mesmo quem paga, Deus mesmo pagou o preço de uma vez por todas, o preço mais caro que ele poderia pagar: a sua própria morte, em Jesus Cristo, na cruz.

Ao aceitarmos esse sacrifício estamos livres da culpa, porque Deus pagou o preço. Jesus Cristo veio "para salvar o que estava perdido" (Mt 18:11). Aquele que "sempre teve a mesma natureza de Deus... se tornou semelhante ao homem, e apareceu na semelhança humana. Ele se rebaixou, andando nos caminhos da obediência até a morte - e morte na cruz (Fp 2:6-8).

O profeta Isaías já havia vislumbrado este mistério (Is 53:2-5): "Porque foi subindo como um renovo perante ele, e como raiz duma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era despreza­do, e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por ferido de Deus, e oprimido. “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.

Isso é viver na Graça do Senhor Jesus Cristo, no centro do amor de Deus e na comunhão co Espírito Santo.

Texto Bíblico: 2 Co 12.1-10.

Introdução
Paulo estabeleceu a Igreja em Corinto por volta de 50-51 d.C, quando passou dezoito meses lá em sua segunda viagem missionária (At 17.1-17). Ele continuou a levar a correspondência adiante e a cuidar da igreja depois de sua partida (5.9; 2 Co 12.14). Durante esse ministério de três anos em Éfeso, em sua terceira viagem missionária (At 19), ele recebeu relatórios perturbadores sobre a complacência moral existente entre os crentes de Corinto. Para remediar a situação, ele enviou uma carta à igreja (5.9-11), que depois se perdeu. Pouco depois, uma delegação enviada por Cloe, membro da igreja em Corinto fez um relato a Paulo sobre a existência das facções divisórias na igreja. Antes que pudesse escrever uma carta corretiva, chegou outra delegação de Corinto com uma carta fazendo-lhe certas perguntas (7.1; 16.17). Paulo enviou imediatamente Timóteo a Corinto (4.17). Então, ele escreveu a carta que conhecemos como 1 Corintio, esperando que a mesma chegasse a Corinto antes de Timóteo (16.10). Visto que Paulo, aparentemente, escreveu a carta próximo ao fim do seu ministério em Éfeso (16.8) ela pode ser datada cerca de 56 d.C.

2 Corintio reflete, de várias maneiras, o tratamento de Paulo com a Igreja de Corinto durante o período da fundação, por volta de 50 d.C., até a redação desta epístola, em 55 ou 56 d.C. Os vários episódios na interação entre Paulo e os coríntios podem ser resumidos conforme a seguir:

·         A visita de Fundação a Corinto durou cerca de dezoito meses. At 18.
·         Paulo escreveu um epístola anterior a 1Corintio . (1 Co 5.9)
·         Paulo escreveu 1 Corintios em Éfeso por volta de 55 d.C.
·         Uma breve porém dolorosa visita a Corinto causou “tristeza” a Paulo e à igreja (2 Co 2.1; 13.2)
·         Depois dessa dolorosa visita, Paulo escreveu um epístola severa, entregue por Tito (2 Co 2.4; 7.6-8)
·         Paulo escreveu 2 Corintios da Macedônia, durante seu caminho de volta a Corinto, em 55 ou 56 d.C.
·         A visita final de Paulo a Corinto (At 20), provavelmente, tenha ocorrido quando ele escreveu Romanos, pouco antes de voltar a Jerusalém. A visita dolorosa, que Atos não registra, e a carta severa fornecem pano de fundo imediato para a redação de 2 Corintio.


Criados para obedecer
“Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas. E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.”(Tg. 1:21;22).

A Palavra de Deus guardada em nossos corações é poderosa para nos ajudar na luta contra o pecado.
“Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti”.(Sl 119:11)

A maioria dos cristãos não se dá conta de que a Palavra de Deus em si mesma pode restaurar o homem pecador. Tiago exorta que esta Palavra é poderosa salvar as nossas almas. Claro que o mérito da salvação é de Cristo, mas a Palavra de Deus é quem conduz o homem ao conhecimento das verdades divinas.

Por ela, a Palavra de Deus somos guiados, por ela seremos julgados.
Obedecê-la é tornar-se sábio.


Nossa Leve e momentânea tribulação
"Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente”. (2 Co. 4.17)

Ninguém se lembraria de caracterizar a tribulação como “leve e momentânea”!
Quase de certeza que, se participássemos de um brainstorming sobre tribulação, surgiriam termos como “problemas”, “dificuldades”, “provações”, etc., mas nunca “leve e momentânea”.
Mas é exatamente assim que Deus quer que aprendamos a obedece-Lo.

Deus consegue dar uma conotação positiva aquilo que nós encaramos como decididamente negativo.
"Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus"(Rm 8.28).
Há sempre a outra face da moeda. Para Deus não há impossíveis e toda a situação pode deixar de ser uma perda, para se transformar numa oportunidade. Por pior que seja o nosso presente, daí podemos sempre partir para algo melhor.
A Bíblia nos garante, as Tribulações resultam para nós na eternidade em um peso de glória excelente.


As aflições de Paulo
“E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram têm antes contribuído para o progresso do evangelho.”(Fp. 4:12)

A humildade de Paulo fica manifesta no presente texto ao se referir aos problemas graves que enfrentou de forma genérica e superficial - as coisas pelas quais passei. Um olhar desatento pode imaginar que os problemas e aflições de Paulo sejam insignificantes.

Entretanto, é importante lembrar que as dificuldades vividas pelo apóstolo foram intensas e graves, representando sério risco de morte e destruição do ponto de vista humano.
Sofreu falsas acusações (At. 21.26-28), quase foi linchado, ficou preso, esperou muito tempo até que seu caso pudesse ser examinado, foi injustamente provocado e insultado (At.24), foi marcado para morrer (At. 23.12), foi mantido preso para dar popularidade ao governante de plantão (At. 24:27), antes do naufrágio, os soldados resolveram matá-lo (At. 27.42), sobreviveu a um naufrágio, foi picado por uma cobra (At. 28.1-6).

Ter problemas, entretanto, não é a questão mais importante. Talvez por isso Paulo tenha resumido suas dificuldades com a expressão "as coisas que me aconteceram". O diferencial é que atitude tomar diante dos problemas. Paulo optou por reconhecer a soberania de Deus sobre todas as situações vividas e colocou seu sofrimento dentro de uma perspectiva correta.

Para ele, o importante é que as dificuldades contribuíram para o progresso do evangelho. 
Em vez de se lamuriar, de murmurar ou praguejar, Paulo se alegra ao perceber que é instrumento divino no crescimento do evangelho, usado segundo o propósito e forma escolhida por Deus. Não passa por dificuldades por acaso (ou descaso de Deus), mas percebe que se enquadra em um plano maior e perfeito.

No chamado de Paulo, Deus diz que o usará para falar a gentios e aos reis. Percebe-se, vários anos depois, que a oportunidade de falar aos reis vem de um modo não convencional - Paulo tem acesso à guarda pretoriana e ao rei na condição de preso! Estar preso não é honroso para ninguém, muito menos para um apóstolo. Mas o testemunho firme de Paulo contribui para dar consistência ao evangelho pregado

Pregar a Cristo com humildade e espírito de serviço, como Paulo o faz, deve ser o paradigma a ser seguido.


A graça de Deus basta
“Dar-vos-ei coração novo, e porei dentro em vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro em vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis”. (Ez 36.26-27)

“Pois se eu vier a gloriar-me não serei néscio, porque direi a verdade: mas abstenho-me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em mim vê ou de mim ouve. E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando sou fraco, então é que sou forte.”(2 Co 12.6-10)

A passagem de Ezequiel 36 é sobre a relação de Deus com o povo de Israel. O povo de Israel teve momentos de rebelião contra Deus e agora se encontrava em exílio, passando por sofrimentos sem conta. Através do profeta Ezequiel, Deus toma a iniciativa de mudar a situação, tirando o coração recalcitrante do povo de Israel e colocando em seu lugar um coração transformado, propenso a cooperar com Deus. Na Bíblia, a palavra “carne” é usada para designar fraqueza, em oposição a força. Já neste texto, ela é usada para fazer contraste com pedra dura, fria. Ou seja, Deus promete remover a frieza de coração do povo de Israel e sustituí-lo por um coração maleável, disposto a aprender e praticar a vontade de Deus. Deus fará isso dando o seu Espírito ao povo.

O texto de 2 Coríntios 12.6-10 é uma forma de cumprimento da passagem de Ezequiel na vida de Paulo. O apóstolo nos fala de como Deus o humilhou pondo-lhe um espinho na carne, e isso depois que ele teve profundas experiências espirituais com Deus. Essas experiências deram força a Paulo, e mais autoridade para se afirmar como apóstolo de Cristo. Deus, porém, quis manter sob controle essa força e autoridade, a fim de que Paulo permanecesse sempre na dependência de Deus. E Deus continuou orientando Paulo sobre como fazer uso do seu poder. O espinho na carne era a maneira de forçar Paulo a se concentrar, não naquilo que ele, como pessoa, podia realizar, mas sim naquilo que Cristo, através de Paulo, queira realizar

Conclusão
Em 2 Coríntios 12.10, Paulo diz: "quando sou fraco, então é que sou forte". Trata-se, aí, de mera acomodação frente a uma realidade desagradável, ou, antes, com essa afirmação, Paulo proclama uma verdade profunda? Pense em algumas palavras que normalmente designam "força". Essas palavras são adequadas, à luz da afirmação de Paulo? Que, de fato, pedimos em nossas orações quando oramos para que a igreja seja forte? Pense em exemplos em que a igreja se mostra forte na fraqueza. Que significa que a graça de Deus seja suficiente para nós?

Tenho certeza que ao ponderar acerca destas coisas o Espírito Santo te guiará para que a vontade de Deus seja o centro de sua existência e assim será mais “mais que vencedor” em tudo o que fizerdes.